O Lúpus é considerado um distúrbio crônico e autoimune que estimula o sistema imunológico a fabricar anticorpos em excesso. Os anticorpos são essenciais para o bom funcionamento do organismo, mas quando há alta concentração, ao invés de proteger eles atacam o próprio organismo. Isso desencadeia inflamações e lesões em órgãos como pulmões, rins, pele e articulações, podendo eventualmente também atacar coração e cérebro.

Mas, antes de falarmos mais sobre o Lúpus, é fundamental esclarecer o que são as doenças autoimunes, certo?

As doenças autoimunes são classificadas como aquelas em que o próprio sistema imunológico da pessoa ataca tecidos saudáveis do corpo, por engano. Sua origem ainda é desconhecida, mas a teoria mais razoável relacionada ao assunto é de que fatores externos, principalmente quando há predisposição genética e o uso de alguns medicamentos, facilitam esta condição.

Assim como o Lúpus, a maioria das doenças autoimunes é crônica. Os sintomas aparecem e desaparecem continuamente sem causa aparente, não transmissível e podem ser controlados com o tratamento adequado.

Como o Lúpus se manifesta?

Os sintomas do Lúpus costumam ser diferentes dependendo do órgão mais afetado, constituindo um desafio diagnóstico para o médico (especialmente em sua fase inicial). Quando afeta os órgãos internos, é normal que o paciente se queixe de dor e dificuldade para respirar, redução do funcionamento dos rins, desmaios, convulsões e tromboses.

Na pele, os sinais são mais evidentes, pois as áreas expostas do corpo como rosto, colo e braços começam a apresentar muita sensibilidade ao sol. Também surgem manchas vermelhas no corpo, que podem descamar e deixar cicatrizes, além da famosa mancha na face “em asa de borboleta”, que acomete de 30 a 60% dos pacientes no curso da doença.

Outras manifestações comuns são: queda dos cabelos, dor e inflamações nas articulações, mal-estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e de peso involuntária e diminuição do número de células.

Caracteristicamente, os pacientes com Lúpus passam por períodos de maior atividade da doença e períodos de remissão, ambos podendo ocorrer espontaneamente. Embora as razões que desencadeiam esse processo de manifestação dos sintomas ainda sejam pouco claras, situações como reações adversas a drogas, infecções e exposição solar intensa induzem as crises.

Vale ressaltar que esses sintomas agudos são provenientes de “ataques imunológicos” aos órgãos afetados. Já as complicações tardias são atribuíveis tanto à própria doença como ao seu método de tratamento, que envolve diversos medicamentos com vários efeitos colaterais.

Diagnóstico

O diagnóstico do Lúpus, normalmente, é realizado por meio da avaliação clínica dos sintomas, mas depende muito da comprovação da agressão ao órgão afetado e de resultados dos exames laboratoriais.

Os exames de sangue, por exemplo, revelam se a produção de anticorpos é útil. Mas, como possíveis alterações nos testes também podem apontar para outras condições, para que o diagnóstico do Lúpus seja assertivo, a investigação é realizada de forma minuciosa.

O Lúpus pode ser tratado?

Ainda não foi descoberta nenhuma forma de cura para o Lúpus, porém há tratamentos eficazes para o controle dos sintomas e o principal é o uso de anti-inflamatórios mais suaves. Mas, durante crises intensas ou quadros mais severos, os corticoides são indicados, pois combatem de forma eficiente a inflamação decorrente do Lúpus.

Medicamentos como o Metotrexato, a Cloroquina e outros imunossupressores também são utilizados para reduzir a atividade do sistema imunológico e, com isso, os danos provocados ao organismo, mas a desvantagem é que os mesmos medicamentos facilitam o surgimento de infecções.

Para os quadros mais avançados da doença, o médico em geral receita os anticorpos monoclonais, que bloqueiam a ação de uma substância específica. No caso do Lúpus, bloqueia o TNF-alfa, substância que incita inflamações pelo corpo, amenizando o problema.

Prevenção

Por ter como causa principal relacionada a predisposição genética, não há medidas específicas que previnam o surgimento do Lúpus, entretanto, algumas atitudes podem ajudar o paciente a ter mais qualidade de vida, dentre elas:

  • Proteger-se do sol com o uso de filtro solar e outros acessórios e somente se expor em horários menos nocivos;
  • Interromper o tabagismo e evitar o convívio com fumantes, pois o contato com o cigarro aumenta a atividade da doença e reduz a eficácia dos tratamentos;
  • A gravidez pode piorar o Lúpus. Além disso, a mamãe fica mais vulnerável ao aborto. Portanto, até que a doença esteja controlada, a gestação deve ser adiada.

Quando o Lúpus afeta apenas a pele, as chances de que os seus sintomas sejam completamente controlados são maiores. Todos os portadores desta doença devem fazer acompanhamento médico constante, mesmo que as crises estejam controladas.

Referências:

https://saude.abril.com.br/medicina/lupus-9-perguntas-e-respostas-sobre-a-doenca/

http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/lupus

https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/lupus/32/

https://aps.bvs.br/aps/o-que-e-lupus-seus-sintomas-consequencias-e-tratamento/

https://sbn.org.br/publico/doencas-comuns/lupus/